sexta-feira, 7 de maio de 2010


CENTENÁRIO DE THEOTÔNIO DE ABREU CARDOSO

(1910 – 2010)


THEOTÔNIO DE ABREU CARDOSO nasceu na cidade de Baturité no dia 19 de março de 1910, no seio de uma distinta família, em parte originária do Cariri, mais precisamente da aprazível cidade de Barbalha.

Com efeito, o seu pai, José Sampaio Cardoso, nascido em Barbalha, ali se casou em primeiras núpcias, com uma jovem senhora caririense, irmã do famoso Médico do Crato, Dr. Irineu Pinheiro[1], de cujo consórcio nasceu o cidadão José Sampaio Cardoso Filho, que mais tarde voltou a residir no Crato, sendo proprietário de próspera Fazenda no Município de Missão Velha, herdada da família de sua mãe, prematuramente falecida.

Com a morte da esposa e tangido pela pressão política da região, ao tempo do Padre Cícero Romão Batista, acabou por migrar para a cidade de Baturité, onde constituiu uma nova família, unindo-se ao clã do Patriarca Theotônio Evangelista de Abreu, mais precisamente com a sua filha Julieta de Castro Abreu, cujo progenitor desfrutava de indiscutível projeção econômica e política no Maciço de Baturité, a qual faleceu em 1925, em decorrência de complicações pulmonares.

Do aludido matrimônio realizado no primeiro quartel do Século XX, nasceram os seguintes filhos: Áurea e Julieta de Abreu Cardoso, inuptas; Theotônio, Valmir e Carlos de Abreu Cardoso, todos já falecidos, com sucessão.

A família Sampaio Cardoso no Cariri, como dito no início, integrava a aristocracia rural ali existente, tendo educado os filhos com esmero, haja vista a formatura de Joaquim Sampaio Cardoso na Faculdade de Direito do Recife em 1894[2], tendo sido Juiz de Direito de Barbalha e tio legítimo dos Doutores Mozart Cardoso de Alencar, Médico de renome em Juazeiro do Norte, de cuja cidade foi Prefeito; Odálio Cardoso de Alencar, Procurador de Justiça; Otávio Cardoso de Alencar, (casado com D. Cleomar de Alcântara)[3] e do notável advogado criminalista José Cardoso de Alencar[4], cujo genitor foi Deputado à Assembléia Legislativa do Ceará. Segundo palavras do homenageado ao autor deste opúsculo, os Cardosos, tiveram grande relevo na cidade de Porteiras assim como em Brejo dos Santos, cujos fundadores integrantes deste clã nesta última cidade foram seus ascendentes.

O distinto homenageado, Theotônio de Abreu Cardoso[5], pretendia bacharelar-se em Direito, tendo inclusive concluído os preparatórios no Colégio Cearense, da Congregação dos Maristas, onde foi colega e amigo pessoal do Dr. José Parsifal Barroso[6], um dos mais brilhantes políticos do Ceará, tendo representado o Estado na Câmara e no Senado, além de ter sido titular do Ministério do Trabalho Indústria e Comércio, e respondido pelo da Agricultura no Governo do Presidente Juscelino Kubitschek de Oliveira, deixando-os para se candidatar ao Governo do Estado, tornando-se Governador nas eleições de 1958.

Lastimavelmente, não pôde seguir a carreira de sua predileção, motivo pelo qual foi compelido a cuidar dos haveres da família, por ser o varão com idade e disposição para desempenhar tal desiderato.
Casou-se no dia 1º de julho de 1940 com a jovem Adamir de Castro Câmara, filha do Norte Riograndense Arthur Câmara de Oliveira[7] funcionário da Rede Viação Cearense – RVC onde ocupou cargos gerenciais de relevância nesta organização, a par de ter sido um excelente telegrafista, sem falar nos seus conhecimentos ferroviários, daí o prestígio que desfrutava na RVC e de D. Maria de Castro Fialho Câmara, Professora Diplomada na Escola Normal do Estado, em Fortaleza, tendo lecionado no Grupo Escolar de Baturité no antigo prédio onde funcionou o Tiro de Guerra ao lado da Prefeitura e defronte ao obelisco de fundação da cidade. A filha seguindo o exemplo materno também concluiu o Curso Normal em Fortaleza, já no Colégio das Dorotéias em cujo estabelecimento de ensino foi colega de turma, dentre outras, da Senadora Alacoque Bezerra de Menezes, irmã dos Gêmeos Francisco Humberto e José Adauto Bezerra,[8] empresários e políticos de inquestionável projeção nesta hospitaleira unidade da Federação, cujos nomes dispensam apresentação, bem como da Senhora Albetiza de Aguiar Figueiredo, esposa de Ernesto Sabóia de Figueiredo, de tradicionais famílias da Zona Norte, particularmente de Sobral.[9] D. Adamir teve como avós paternos Bernardo José de Oliveira e Francisca Angélica Câmara e maternos, Adolpho de Castro Fialho e Adelaide Carolina Cavalcante de Castro, igualmente avós de D. Eliete Câmara Sampaio, esposa do Dr. Sebastião Porfírio Sampaio, Procurador de Justiça, que no desempenho de suas funções sempre se houve com esmero e dedicação, o mesmo podendo se dizer dos demais cunhados de Theotônio de Abreu Cardoso, a saber: Dr. Wilkinson de Castro Câmara, Cirurgião Dentista, que integrou a Academia Cearense de Odontologia, casado com D. Marieta Diógenes, de tradicional família de Jaguaribe; Vanderilo de Castro Câmara, que foi Diretor e Professor do SENAI por muitos anos, e ainda Amir de Castro Câmara, (que foi casada com o Prefeito de Bonito) prematuramente falecida no vizinho Estado da Paraíba, pouco tempo depois de seu enlace matrimonial, todos com sucessão, salvante esta última, cujo óbito se deu antes do nascimento da criança que esperava.

Do referido casamento, nasceram os seguintes filhos, segundo a ordem cronológica:

01. Augusto Sérgio de Câmara Cardoso, nascido em Baturité, aos 26 dias do mês de abril de 1941. É Oficial da Reserva do Exército Brasileiro e Bacharel em Direito pela Faculdade de Direito da Universidade Federal do Ceará (1968), onde fez os cursos de Especialização e Mestrado em Direito Público. Bacharelou-se também em Administração Pública pela Universidade Estadual do Ceará, de cujo Conselho Regional foi Presidente. Foi Procurador do IPEC e Secretário Interino do Serviço Estadual de Informações, quanto da Secretaria de Administração, além de Diretor Geral do Tribunal Regional Eleitoral, Secretário Geral do Tribunal de Justiça do Estado do Ceará, além de Diretor Secretário do Fórum Clóvis Beviláqua e Chefe da Secretaria Judiciária do Tribunal de Justiça. É casado com a professora Núbia Arruda Bastos[10], graduada em Pedagogia, tendo lecionado por muito anos no Colégio Juvenal de Carvalho desta Capital. É integrante de tradicional família da Zona Norte, parte da qual se transmudou para o Montemor, O Novo da América, vale dizer, para a cidade de Baturité, nascendo deste casamento; 1.1 Paula Ângela Bastos Cardoso, Administradora, casada com Glauco Camargo de Sales, Psicólogo, com três filhos, a saber: 1.1.1 - Andressa, adolescente e pré-universitária; 1.1.2 - Inácio e 1.1.3 - Sávio Cardoso de Sales, também adolescentes, cursando o ensino fundamental e 1.2. - João Paulo Bastos Cardoso, Bel. Em Administração pela UNIFOR, casado com Ellen Alves de Oliveira Cardoso, Belª em Administração pela Universidade de Fortaleza, de cujo enlace nasceu 2.1 - Théo de Oliveira Cardoso, em 29.12.2009; 02. José Artur de Câmara Cardoso, Religioso, nascido em Baturité, a 3 de março de 1944. Pertence à Congregação dos Maristas, tendo sido Diretor de quase todos os Colégios da dita Ordem no Norte e no Nordeste do Brasil, da qual foi Provincial. É portador de vários Cursos de graduação e pós-graduação, a saber: Bel. em Direito pela Universidade Federal do Estado do Pará, Graduado em Biologia na Universidade Católica de Salvador-BA, tendo cursado Teologia com os Padres da Ordem dos Salesianos em São Paulo, bem como o de Antropologia Bíblica na Cidade de Jerusalém, agregada à Universidade Gregoriana, em Roma; é também Bel. em Pedagogia, com habilitação em Administração Escolar, além do de Planejamento em Bogotá, bem assim o de francês junto à Aliança Francesa em Paris, estando a servir atualmente na cidade do Recife, onde goza de inquestionável reputação, não apenas como religioso, mas sobretudo, como educador. 03. Roberto Jorge de Câmara Cardoso, nascido a 05 de maio de 1945, na cidade de Fortaleza. É formado em Química Industrial e Engenharia Química, turma de 1969, pela UFC. Realizou seu curso de Mestrado no ITA – Instituto Tecnológico de Aeronáutica, em São José dos Campos, São Paulo, o Doutorado (PhD) na Universidade de Sheffield, e o pós-doutorado na Universidade Birmingham, na Inglaterra. É Professor titular da Universidade Federal da Bahia e pesquisador Sênior do Centro de Pesquisa e Desenvolvimento da Bahia. É casado com a Administradora Pública: Tereza Margarete Libório Cardoso, nascida na cidade de Alagoinhas-BA, resultando deste consórcio o jovem 3.1 - Alberto Luís Libório Cardoso, nascido na cidade de Sheffield em 09 de agosto de 1982 e Bel. em Ciência da Computação pela Faculdade Ruy Barbosa, em Salvador, Bahia. 04. Maria Angélica de Câmara Cardoso, nasceu em Baturité a 28 de setembro de 1946. Normalista e Belª. em Direito pela UFC na turma de 1972. Casou-se a 18 de dezembro de 1975 em Fortaleza, com o seu colega de Turma, Ademar Mendes Bezerra, então Juiz de Direito da Comarca de Coreaú, hoje Desembargador do Tribunal de Justiça do Estado do Ceará, Presidente da 2ª Câmara Cível do TJCE, Professor da Centenária Faculdade de Direito da UFC, especialista e Mestre pela dita Universidade. É Vice-Presidente e Corregedor do TRE-CE. Ex-Presidente da Associação Cearense de Magistrados, Vice-Presidente da Associação dos Magistrados Brasileiros e Vice-Presidente do Instituto dos Magistrados do Ceará. Do dito casamento com Maria Angélica Cardoso Mendes Bezerra, Defensora Pública do 2º Grau, ora exercendo pela segunda vez o cargo de Subdefensora Geral do Estado, teve três filhos seguintes: 4.1- Valéria Cardoso Mendes Bezerra, nascida a 13.02.1978, é Bacharela em Direito pela UNIFOR (2000.2). Inscrita na OAB-CE. sob o n.º 14.710. Estudou na Inglaterra no Colégio Bishop Challoner R. C. School – Birmingham, durante o ano de 1993, tendo concluído em Fortaleza, o 12º YAL, junto à Cultura Inglesa. Foi Oficial de Gabinete da Presidência do Tribunal de Justiça (1997 a 1999), bem como Diretora das Atividades Gerais da Presidência (1999 a 2001), nas Administrações dos Desembargadores José Maria de Melo e Águeda Passos Rodrigues Martins, respectivamente. De maio de 2002 a março de 2005, foi Diretora de Secretaria da 1ª Vara do Juizado da Infância e da Juventude da Comarca de Fortaleza, na Judicatura do Dr. Francisco Gurgel Holanda. Foi aprovada no teste de seleção para o Curso de Especialização da ESMEC. É casada com Rodrigo Fraiha, Advogado em Belo Horizonte, onde o casal passou a residir, tendo o enlace matrimonial se realizado a 03.02.2005, na Igreja de São Vicente de Paulo, em Fortaleza, na qual casaram os seus pais, sendo celebrante o Cônego Francisco Sadoc de Araújo, o maior linhagista sobralense.[11] Deste enlace nasceram 4.1.1 - Mariana Mendes Bezerra Fraiha[12], a 11 de agosto de 2006, em Belo Horizonte, e 4.1.2 - Maria Clara Mendes Bezerra Fraiha, a 05 de setembro de 2009, na cidade de Nova Lima, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, sendo seus avós paternos, o Dr. Félix Fraiha, Advogado militante em BH há mais de 50 anos e D. Anna Maria Fraiha. Presentemente exerce o cargo de Assessora Jurídica junto à Corregedoria do Tribunal de Justiça do Estado de Minas Gerais. 4.2. Ademar Mendes Bezerra Júnior, nascido em Fortaleza a 24 de maio de 1979. É Bel. em Direito pela UNIFOR e advogado Militante nos auditórios do Estado e da Justiça Federal, inclusive nos Tribunais Superiores. Casou-se com a advogada Paula Furtado Cruz, tendo o enlace se realizado em Fortaleza, em setembro de 2007. Até o momento sem sucessão. 4. 3 - Flávia Regina Cardoso Mendes Bezerra. N. a 06.01.1982, igualmente em Fortaleza. Bacharelou-se em Direito pela UNIFOR, sendo inscrita na OAB Secção do Ceará. É pós-graduada em Direito Público pela Escola Superior da Magistratura do Estado do Ceará – ESMEC, com diploma fornecido pela Universidade Estadual Vale do Acaraú. Exerceu cargos ou funções comissionadas na Assembléia Legislativa e no Tribunal Regional do Trabalho, do qual é hoje servidora concursada do cargo de nível Superior de Analista Judiciário, tendo obtido a 5ª colocação, em um dos certames mais concorridos do País. 05. Alberto Wagner de Câmara Cardoso, nascido em Baturité a 03 de maio de 1948. Formado em Educação Física e em Fisioterapia pela Universidade Federal da Paraíba. Foi Técnico dos mais importantes clubes dos Colégios da Capital Paraibana, inclusive do Colégio Pio X, dos Maristas. Já havido como excelente profissional nesta urbe foi morto na Praia do Seixas, sem que até hoje se saiba a razão e muito menos o autor de tão surpreendente homicídio. Integrou a seleção de vôlei e de futebol de Salão de Baturité, tendo sido homenageado com a aposição do seu nome no Estádio Municipal da terra que lhe serviu de berço. Sem sucessão. 06. Fernando Antônio de Câmara Cardoso, nascido em Fortaleza, em 08 de agosto de 1960. Engenheiro Agrônomo pela Universidade Federal do Ceará, tendo sido aprovado no vestibular de Direito da UNIFOR. Ocupou cargos comissionados no Fórum Clóvis Beviláqua. É Agrônomo concursado da Secretaria de Agricultura do Município de Paramoti, neste Estado. É casado com Célia Lopes Cardoso, bacharela em Ciências Contábeis e em Direito pela Universidade Federal do Ceará. É funcionária do Instituto Nacional de Seguridade Social. Do enlace nasceram: 6.1 - Fernanda Lopes Cardoso, acadêmica de Direito da UNIFOR e 6.2 - Inácio Lopes Cardoso, cursando o ensino fundamental nesta cidade.
De conformidade com o relato de seu filho Roberto Jorge de Câmara Cardoso, seu pai logo após o casamento foi residir na casa paterna com o seu genitor e os irmãos, na então denominada Av. Proença próxima à igreja da Matriz de Nossa Senhora da Palma.
Consoante a mesma fonte, anos depois passou a residir na Rua 15 de novembro, no lado direito de quem desce esta rua, entre a praça Waldemar Falcão[13] e o beco dito do Felix. Muito tempo depois a família retornou a residir na antiga casa paterna, na Av. Proença e por volta de 1965 se mudou para uma chácara em Mondubim (distante 12 km de Fortaleza) na Rua Venefrido de Melo,177, nas proximidades da igreja local.


Iniciou seu trabalho como Agropecurista criando gado vacum, caprinos e ovinos, além do cultivo do algodão e de outros gêneros na fazenda de seu pai, Ipus – situada no município de Capistrano de Abreu, tendo sido comerciante em Baturité e proprietário de uma loja de tecidos, em sociedade com o amigo Mário Mendes. Em seguida instalou uma fábrica de beneficiamento de arroz na Rua 7 de setembro, a principal da cidade, ao lado do mercado. Nesta época, ao que tudo indica, iniciou a compra de partes de terras da Fazenda Mucunã, adquiridas de D. Elvície integrante da família Marinho nas imediações da cidade de Baturité. Mais tarde mudou a localização da fábrica de beneficiar arroz, para um outro ponto, na mesma rua 7, defronte a um sobrado onde funcionou o hospital do Dr. José Marcelo de Holanda, médico e amigo da família, o qual foi Prefeito de Baturité duas vezes além de Deputado Estadual. Tempos depois e antes de mudar-se definitivamente para a Capital do Estado, fechou a referida fábrica e se dedicou exclusivamente às suas atividades de agropecurista na Fazenda Mucunã, ainda hoje pertencente à família, com cujas rendas pôde conferir a seus filhos, a maior de todas as heranças, qual seja, uma esmerada educação, sendo todos eles não apenas portadores de curso superior, mas, pós-graduados em suas receptivas áreas de atuação, nesta e em outras unidades da Federação e do exterior, tendo falecido nesta cidade de Fortaleza de Nossa Senhora da Assumpção, na tarde do dia 12 de março de 1990, faltando uma semana para implementar oitenta anos de profícua e por que não dizer, exemplar existência, tendo herdado de seus Maiores, a exemplo de seus primos o amor pela poesia, haja vista as inúmeras quadras que compôs, hoje praticamente perdidas, salvo algumas poucas que se espera possam ser trazidas à colação por seus descendentes.


ÁLBUM DE FOTOS DA FAMÍLIA, DAS CIDADES DE BARBALHA, BATURITÉ E CAPITRANO, DAS FAZENDAS MUCUNÃ E IPUS, DAS RESIDÊNCIAS ONDE MOROU O HOMENAGEADO EM BATURITÉ E FORTALZA E OUTRAS.




DEPOIMENTOS DOS FILHOS E NETOS DO HOMENAGEADO, THEOTÔNIO DE ABREU CARDOSO.


Cara Filhinha (Maria Angélica).Aqui vai um lindo poema, escrito em prosa, feito por uma neta que admirava e amava muito seu avô.Ela bem retratou o ambiente em que vivia, a figura impar do avô, ao lado da inseparável mulher de sua vida, e soube transmitir pra nós outros, que também participamos dessa vida bela e memorável deles dois, a magia e o encantamento de nossa casa e de nossos pais, cuja saudade eterna jamais deixará apagar de nossas mentes.Augusto





Fortaleza, 16 de março de 2010

Dia de Domingo

Era domingo, passado meio-dia, e a hora já tardava para a nossa visita habitual. O caminho de carro parecia longo, mas cheio de informações: pessoas na rua, casas simples e coloridas, algumas abandonadas... Viam-se árvores de copas frondosas, linha férrea e o trem, que de vez em quando, interrompia a minha vigília num aviso aos desatentos.
Finalmente, chegávamos ao nosso destino: casa da vovó Adamir e do vovô Theotônio. Lá mais parecia um sítio, paraíso para qualquer criança da minha idade e logo avistava as palmeiras imponentes à frente da casa, as flores, as plantas queridas de minha avó e a varanda onde nos aguardavam.
Vovó, sempre tão alegre, nos recebia aos beijos e lá ao seu lado, vovô era uma figura que me intrigava. As lembranças que tenho dele, visto os problemas de saúde, era de um homem com limitações; a visão que paulatinamente perdia abrindo-lhe a percepção de outros sentidos. Atrás de uma lente grossa e amarelada, dormia um homem formidável, com estórias memoráveis, que com muito tato tratei de desvendá-las, ao pé de sua rede; com os olhos fechados como ele mas de ouvidos atentos.
Meu avô era um homem fechado, ligado a terra como uma planta de raiz profunda; daquelas que se é necessário remover a terra para arrancar-lhe de vez. Sua natureza, talvez, explicasse a ligação tão forte que mantinha com suas propriedades. Não era homem de sonhos, de se permitir aventuras e devaneios; tudo para ele era para ser palpável, como a terra que pisava abaixo dos pés. Não digo que não sonhasse, pois sonhar é uma condição humana de sobrevivência para fugir das agruras da vida, mas sonhava dentro do que acreditava poder ser e conseguir da vida.
Foi diante desse homem de natureza realista, que eu, uma sonhadora, ouvi as memórias do tempo de um jovem Theotônio. Ouvi suas aventuras de menino, as pequenas desavenças com os irmãos quando criança, a saudade da mãe que lhe deixou órfão ainda criança e muitas outras. Meu avô trabalhou no comércio vendendo tecidos, mas o sonho de ser fazendeiro e dono da sua própria terra falou mais forte.
A minha alma romântica sempre teve curiosidades a respeito do amor que surgira entre ele e minha avó. O que terá ela despertado naquele homem tão sério? Não é difícil imaginar, pois como o café amargo pede açúcar, a rigidez e a seriedade daquele homem suscitavam uma companheira afável e alegre, capaz de aplacar seu espírito, revitalizar a terra árida de seu coração; como as primeiras chuvas que chegam ao sertão, aplacando a sede da estiagem.
O amor entre eles foi assim, pois se completavam perfeitamente, e o que faltava em um, sobrava no outro. Nesse vai e vem de estações, estabeleceu-se um amor muito grande, mas não verbalizado por ele nas palavras de amor. Na verdade, o amor não é sentido pelas belas palavras de um poeta; são os gestos, o olhar, que nos permitem ver o que se revela através de um manto. A afirmação de que o amor é cego não se aplica nesse caso, pois a transparência desse sentimento sempre foi presente entre eles. Ele era, como ela mesma dizia: O Meu Amor.
Foi durante essa infância e adolescência na casa de meus avós que aprendi muito sobre a vida, desvendei os sabores da culinária, o sabor dos domingos... Esse sabor permanece na memória, em cada conversa estabelecida, em cada paisagem vista. O entardecer era um espetáculo singular, um cintilar de vaga-lumes a olhos vistos e uma noite como nenhuma outra que tenha visto, pois aquele céu sempre me pareceu ter mais estrelas que qualquer outro.
Ainda lembro o dia em que o meu avô nos deixou, todos desolados, preocupados com a reação de minha avó. A dor da perda já não lhe era desconhecida, mas a partida dele deixou um imenso vazio em seu peito. Imagine uma roseira sem rosas, uma árvore sem frutos, pois foi assim que a deixou, por muito tempo sem o resplendor de seu sorriso. Mas o tempo, com sabiamente dizem, trata de cicatrizar feridas, e uma roseira não deixa de ser uma roseira e uma árvore não deixa de realizar o que a natureza lhe incumbiu: dar frutos. Aos poucos, a sua personalidade ressurgiu como forma de manter o vínculo com a família, em especial os filhos. Mas o seu amor, inesquecível como toda estória de amor deve ser, durou por toda vida.
Eu imagino que um dia, para justiça dos homens, haverei de ver o paraíso e lá, quando finalmente reencontrar meu avô, estará sentado na varanda vislumbrando sua propriedade. A plantação estará verde e o céu bem azul, com nuvens brancas de algodão flutuando no ar; ao som de canários, graúnas e sabiás. Estarei lá ao seu lado, desvendando a sua natureza, continuando aquela prosa de domingo, sem pressa do dia findar, dos vaga-lumes aparecerem e do céu estrelado surgir. E de lá, falaremos de tudo que passou e do que pode vir...

Paula Ângela Bastos Cardoso de Sales




[1] O Dr. Irineu Pinheiro nasceu na cidade do Crato-CE a 6 de janeiro de 1881, sendo Filho do Dr. Manoel Rodrigues Nogueira Pinheiro e de D. Irineia Pinto Nogueira Pinheiro. Graduou-se em Medicina em 1910, na Faculdade Nacional do Rio de Janeiro, então Capital da República. Retornando à terra natal, exerceu a profissão de Hipócrates com proficiência e zelo, sendo por todos considerado um excelente profissional. Foi Professor do Seminário Diocesano, Inspetor do Ensino, Presidente do Banco do Cariri, fundador e 1º Presidente do Rotary Clube e do Instituto do Cariri, além de Sócio Correspondente do Instituto Histórico e Geográfico do Ceará e da Academia Cearense de Letras, tendo sido jornalista e fundador do Correio do Crato e colaborador em outros periódicos da região. Como Historiador e Romancista não foi menos notável, tendo escrito O Juazeiro do Pe, Cícero e a Revolução de 1914 (1938), O Cariri (1930) e Efemérides do Cariri, obra póstuma, publicada pela Imprensa Universitária do Ceará em 1963, os quais foram muito bem recebidos pela crítica literária, tendo O Cariri sido festejado pelo escritor José Lins do Rego que declarou tratar-se o livro de “Uma obra de fôlego, feita com seriedade e o tom de narração viva dos melhores escritores do gênero. Pode o Cariri, contar com um homem de primeira qualidade entre os melhores do país. Li o Cariri com visível mágoa de não haver mais páginas para devorar”. Faleceu a 21 de maio de 1954, vítima de um ataque cardíaco, logo após concluir uma carta para um amigo a respeito de seus planos futuros, certamente literários.

[2] O anel e a bengala do Magistrado em referência ficaram com o irmão José Sampaio Cardoso, o qual determinou que dentre os seus herdeiros, aquele que primeiro se Bacharelasse em Direito, herdaria os seus pertences, os quais acabaram por recair na pessoa do Dr. Augusto Sérgio de Câmara Cardoso, que por sua vez, doou a bengala do saudoso Juiz, para o Memorial do Poder Judiciário do Ceará.

[3] D. Cleomar é tia do ex-Governador Lúcio Gonçalo de Alcântara, filho do ex-Governador Waldemar de Alcântara, políticos de renome neste Estado, todos originários da antiga Anacetaba, hoje São Gonçalo do Amarante, de cuja Comarca o autor foi titular (1978 a 1979). Segundo o ex-Governador e ex-Senador Lúcio Alcântara, este patronímico se origina da cidade de Alcântaras então Distrito de Sobral, na Serra da Meruoca, onde o Capitão-mor José de Xerez da Furna Uchoa plantou no Sítio Santa Úrçula em 1743, as mudas de café por ele trazidas da Europa, mais precisamente da França.

[4] O advogado em alusão casou a filha Carla com o causídico Carlos Alberto Mendes Forte, descendente dos abaixo referidos Capitães-mores, quanto do casal Vicente Maria Carlos de Sabóia e Maria Clara de Castro e Silva, todos mencionados neste trabalho, a demonstrar o entrosamento das famílias caririenses com a heráldica cidade Sobral de Sobral, inclusive com os Araújo Lima de Milagres e Mauriti, através de João da Silveira Dutra e Maria da Conceição de Araújo, ancestrais do Des. Aurino Augusto de Araújo Lima, ex-Juiz de Direito de Baturité, da relação de amizade do homenageado, quanto do autor destas páginas, como pode ser visto no Livro intitulado de Famílias Cearenses de autoria do linhagista Francisco Augusto de Araújo Lima.

[5] Foram seus avós paternos, Joaquim Ignácio Cardoso e Maria Angélica Sampaio Cardoso e maternos, Theotônio Evangelista de Abreu e Rufina de Castro Abreu, os primeiros residentes em Barbalha e os últimos na cidade de Baturité, antiga Monte Mor, O Novo da América. Coincidentemente a avó materna de Theotônio e o avô materno de Adamir, possuem o mesmo sobrenome, ou seja, Castro, a primeira, D. Rufina, provavelmente Castro e Silva e o último Adolpho de Castro Fialho, famílias estas encontradas na cidade de Sobral, tendo origem nos Castro e Silva de Aracati, que dominaram a política cearense no Século XIX, conforme observa Eduardo de Castro Bezerra Neto no livro “Os Bezerra de Menezes”, em co-autoria com o Gal. Raimundo Teles e Vinicius Barros Leal.

[6] Parsifal Barroso era casado D. Raimunda Olga Monte Barroso, filha do Deputado Francisco de Almeida Monte e de D. Maria de Xerez Monte, descendentes dos Capitães-mores de Sobral José de Xerez da Furna Uchoa e Manuel José do Monte, dos quais descendem o autor destas linhas, e naturalmente, os seus filhos e as meninas Mariana e Maria Clara, bisnetas do homenageado.
[7] É tio-avô do Dr. Júlio César Costa Lima, que exerceu o cargo de Prefeito de Maracanáu por duas vezes, além de Deputado Estadual em duas Legislaturas, ora no exercício do mandato.
[8] Os Bezerra de Menezes do Cariri possuem a mesma ascendência dos da Região Jaguaribana, da qual também se origina o autor deste trabalho, quer por seu genitor, João Bezerra de Menezes, quanto por sua mãe, Regina de Aragão Mendes Bezerra, filha de D. Regina Sabóia de Aragão Mendes, igualmente integrante deste clã, através de Maria Clara Bezerra de Menezes Castro e Silva, casada com Vicente Maria Carlos de Sabóia e filha do Capitão-mor de Aracati, José de Castro e Silva, daí se podendo aquilatar a consangüinidade das famílias cearenses, como deixa antever Antônio José Victoriano Borges da Fonseca, na sua memorável Nobiliarquia Pernambucana.

[9] D. Albetiza é tia-avó da Senadora Patrícia Mendes Sabóia, também descendente dos aludidos Capitães-mores, a exemplo do pai de seus filhos, o ex-Governador e Ministro Ciro Ferreira Gomes.
[10] É sobrinha neta do Comendador da Santa Sé Ananias Arruda, sobralense de Santo Antônio do Aracatiaçu, o qual governou a cidade de Baturité por cerca de 15 anos, a ele se devendo a instalação dos estabelecimentos educacionais mais importantes desta urbe, a saber: Ginásios Domingos Sávio e Nossa Senhora Auxiliadora, da ordem dos Salesianos, além da Escola Apostólica dos Padres Jesuítas, onde estudou o seu marido, sem falar no Monumento erigido a Nossa Senhora de Fátima. É considerado por todos como um dos maiores benfeitores de sua terra de adoção, tendo sido o fundador do Jornal “A VERDADE”, semanário e mais tarde mensário, católico, por sinal o único do Maciço. A casa onde viveu foi transformada com todos os seus pertences, no Museu da cidade, graças ao seu sobrinho e sucessor, Capitão Miguel Edghi Távora Arruda, ex-Prefeito de Baturité, a quem o autor destas páginas entregou duas peças existentes no cemitério local, evitando a ação de vândalos ou mesmo furto. O seuo irmão, Olintho Távora Arruda, foi igualmente Prefeito, demonstrando assim o prestígio da família no Município de Baturité, a mais importante do Maciço.
[11] O casamento civil, ocorrido a 27.01.2005, teve como celebrante a Meritíssima Juíza Andréa Mendes Bezerra Delfino, prima legítima da noiva.

[12] Mariana, como é óbvio já nasceu depois do falecimento de seus bisavós, tendo seus pais recebido voto de congratulações pelo seu nascimento, por iniciativa do Desembargador Francisco de Assis Filgueira Mendes, acolhida indiscrepantemente pelos Membros da egrégia 2ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Ceará, na sessão de 16 de agosto de 2006, corporificada no Of. n. º 78, de 21 do mesmo mês e ano.
[13] Waldemar Cromwell do Rego Falcão, ilustre baturiteense, foi Professor da Faculdade de Direito, Catedrático do Colégio Militar, Deputado Federal, Senador da República, Ministro do Trabalho e Ministro do Supremo Tribunal Federal.

8 comentários:

  1. Prezado Primo,
    Desculpe usar esse recurso, mas não tendo seu e-mail, é o que me resta. O meu é leaobias@gmail.com. Fiz uma homenagem a minha vó (sua Tia) pelo Centenário do seu nascimento. o endereço é blogdobias.blogspot.com.
    Se puder contribuir, acrescentando dados e informações, ficarei muito grato.
    TFA,
    Bias

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  2. Os Patronímicos Abreu, Sabóia e Castro e Silva, são originários da Região Jaguaribana, tendo estas importantes famílias se transmudado em parte para a cidade de Sobral e, posteriormente para os Municípios de Maranguape e Baturité. Com efeito, segundo noticia o Monsenhor Francisco Sadoc de Araújo, idealizador e 1º Reitor da Universidade Vale do Acaraú, ordenado sacerdote em Roma, pela Universidade Gregoriana, autor da Cronologia Sobralense, em data de 22 de janeiro de 1806, falecia na heráldica cidade de Sobral, o cidadão Honório José de Abreu, vítima de tuberculose, tendo sido sepultado na Matriz de Nossa Senhora da Conceição, tratando-se justamente do bisavô paterno de João Capistrano de Abreu, um dos maiores historiadores do Brasil, nascido a 23 de outubro de 1853, em Maranguape e falecido no Rio de Janeiro, então Capital da República, a 13 de agosto de 1927. O seu bisavô em referência era natural de Aracati, tendo se casado três vezes. A primeira, com Rosa Maria da Conceição, no Jaguaribe, de cujo consórcio não houve descendência. A segunda, com D. Rita Camelo Pessoa, filha de Francisco Camelo Pessoa e Elena da Fonseca Marques, a 14 de julho de 1783, em Sobral. Deste matrimônio, nasceram os filhos a seguir relacionados: 01. FRANCISCO CAMELO PESSOA NETO, nascido a 25 de julho 1784, que se casou com Jacinta Maria do Espírito Santo, a 5 de maio de 1806. 02. JOÃO HONÓRIO DE ABREU, avô paterno de CAPISTRANO DE ABREU, o qual se casou com ANTÕNIA MARIA DA CONCEIÇÃO, filha de Fradique Pereira da Costa e Jerônima Rodrigues Coelho, a 6 de junho de 1808. 03. ANTÔNIA JOSEFA DA CUNHA ROSA, nascida no dia 13 de março de 1787, a qual uniu-se em matrimônio com Ambrósio de Sousa Machado, filho de Antônio de Sousa Machado e Quitéria Rodrigues da Conceição, a 26 de novembro do ano de 1801. Consoante a mesma fonte, ou seja, a dita Cronologia Sobralense, falecendo a sua segunda mulher a 9 de agosto de 1786, casou-se HONÓRIO JOSE DE ABREU, pela terceira vez, com ANA Maria do Nascimento, filha de PEDRO CARDOSO DE ABREU NETO e de D. TERESA DE JESUS FREITAS, a 7 (sete) de novembro de 1796, sem sucessão. HONÓRIO JOSÉ DE ABREU ERA FILHO DE BALTAZAR ANTUNES MOURA E DE DONA MARIA JOSEFA DA CUNHA ROSA, TENDO NASCIDO NA APRAZÍVEL CIDADE DE ARACATI, conhecida mundialmente quer por seu patrimônio histórico, tombado pelo IPHAN, quanto pela beleza de suas Praias, dentre as quais podemos destacar as de Canoa Quebrada e Quixaba.

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  3. D. Julieta é irmã de dona Francisca de Castro Abreu, que se casou com o Dr.JOÃO AUGUSTO PERDIGÃO, nascido em São Bernardo das Russas, de família aracatiense, o qual além de fundador do Ginásio Baturiteense, foi Promotor de Justiça e Juiz de Direito de Baturité, onde se casou com d. Francisca, filha de Theotônio Evnagelista de Abreu, avô materno do homenageado Theotônio de Abreu Cardoso. João Augusto Perdigão foi biografado pelo Barão de Studart, quanto pelo autor destas linhas.

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  4. Prezado Ademar,
    Primeiramente parabens pelo Blog.
    Sou bisneto de Zilma de Abreu Perdigão, filha do citado João Augusto Perdigão. Vc saberia me informar a relação de parentesco entre Theotonio Evangelista de Abreu e Capistrano de Abreu?
    Abrcs

    Valério Figueiredo

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  5. Tenho quase certeza da existencia do parentesco. Veja neste blog a origem dos Patronimicos Abreu, Saboya e Castro e Silva, todos oriundos de Aracati, ou seja, da Regiao Jaguaribana, inclusive o seu avo. Agora estou em Montreal no Canada, participando de um Congresso da Associacao dos Magistrados Brasileiro. Retornarei a Fortaleza no dia vinte do corrente. Um grande abraco. A falta de acentuacao e do cedilha eh de responsabilidade do computador do Hotel Sheraton, onde me encontro hospedado.

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  6. Prezado Dr Ademar,
    Sou doutoranda da UFC e minha no decorrer da minha pesquisa foi citado por um dos sujeitos o Sr Wanderillo de Castro Câmara, do SENAI/RFFSA. Soube que a esposa dele também trabalhava no SENAI. Como estou trabalhando com memórias na minha pesquisa, preciso muito saber sobre o sr Wanderillo e se sua esposa ainda é viva (o nome dela, citado por uma das entrevistadas, é Vanda). Atenciosamente,
    Ângela Maria Eugênio Lopes
    email; angela_lopes@yahoo.com.br

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  7. Olá,
    Sou descendente de Theotonio Evangelista de Abreu e Rufina de Castro Abreu...
    Gostaria de informações sobre a filiação de ambos.
    Um abraço,
    Pedro (pnpedropinheiro@bol.com.br)

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  8. Achei a noticia de um óbito nos jornais escaneados no sitio da Biblioteca Nacional de um dito cunhado de Theotonio Evangelista de Abreu em 30.8.1889, Fausto Augusto de Castro Menezes... Na mesma noticia diz que era filho de José de Castro Menezes... Logo Fausto seria irmão de ruifina de Castro Abreu, e José seria pai da mesma...
    Fico no aguardo...

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