MAGISTRADOS CEARENSES NO IMPÉRIO
E NA REPÚBLICA
APRESENTAÇÃO
O
Juiz de Direito Ademar Mendes Bezerra, que foi meu aluno ao tempo em que
lecionava no antigo Ginásio Municipal Caiçara, hoje Colégio Estadual D. José
Tupinambá da Frota, de Sobral, sempre demonstrou bastante interesse em relação ao passado, donde a razão de além de
ter se bacharelado em Direito, bacharelou-se igualmente em História.
Professor
da Faculdade de Direito e das Escolas Superiores da Magistratura e do Ministério
Público e há quase um quarto de século emprestando o brilho de sua inteligência
e a sua prodigiosa memória à Judicatura, que serve com desvelo, retidão e acima
de tudo, com grande respeito às partes, dedicando especial atenção aos menos
favorecidos, haja vista que, como Magistrado, cuida na Vara das Execuções Criminais, justamente
daqueles que, dentre os excluídos, são os mais necessitados, porquanto além de
já não possuírem nada, não possuem sequer a liberdade.
A
sua preocupação com o passado, na medida do possível, buscando preservar a
memória do Judiciário, ainda quando o eminente Desembargador José Ari Cisne
dirigia na qualidade de Vice-Presidente do Tribunal de Justiça, o Fórum Clóvis
Beviláqua, em cuja administração serviu o Magistrado em referência, como
Vice-Diretor, foi o 1º passo para a criação em sua Presidência, do
Memorial do Poder Judiciário, o qual teve na pessoa do Dr. Ademar Mendes
Bezerra, um colaborador prestimoso e
eficiente, cujos serviços foram reconhecidos pelo eminente Presidente, em placa
que mandou afixar na sede do Memorial, tendo sido o Magistrado em apreço o
orador, por ocasião da solenidade de inauguração do dito Memorial do Poder
Judiciário.
Sob
a minha Presidência, cujo mandato se expira a 1º de fevereiro deste ano de 1999, desenvolveu
concomitantemente com a função de Assessor para os mais variados aspectos,
particularmente os de natureza intelectual, o pendor natural para os assuntos
históricos, devendo-se às suas sugestões a homenagem ao nosso Primeiro
Presidente, Conselheiro Bernardo Machado da Costa Dória, dando-lhe o nome do
novo Plenário do Tribunal de Justiça, bem como as Alas Imperial, Republicana e
Presidencial, com as quais foram lembrados os Ministros cearenses que serviram
junto ao Supremo Tribunal de Justiça, Supremo Tribunal Federal, Tribunal
Federal de Recursos, Superior Tribunal de Justiça, inclusive aqueles que,
embora não sendo cearenses de nascimento, o foram por adoção, bem como aos
Desembargadores nascidos no Ceará e que estavam exercendo a Presidência de
Tribunais de Justiça em outras unidades da Federação, ao ensejo da inauguração
do Fórum Clóvis Beviláqua.
De
algum tempo para cá demonstrou interesse de escrever um outro tipo de História
da Magistratura do Ceará, diferentemente da abordagem levada a efeito por
Eusébio de Sousa e Geraldo Nobre, em suas obras, ambas de suma importância para
quem quiser conhecer a História do nosso egrégio e mais que centenário Tribunal
de Justiça e por ele acatadas e recomendadas como se pode ver da introdução de
seu trabalho.
A
pretensão que vem de se tornar realidade, sob o título de “Magistrados
Cearenses no Império e na República”, dirige-se não apenas aos Juízes que
serviram no Ceará, nas Comarcas ou no Tribunal, mas àqueles que judicaram em
todos os quadrantes do País, seja durante o Império e início da República,
quando o Estado era Unitário, seja depois da Federação, daí se podendo
aquilatar o esforço empreendido pelo autor, em trazer a lume este trabalho,
principalmente quando sabemos das dificuldades no atendimento das solicitações
dos dados pertinentes à vida e à obra dos Magistrados relacionados.
A
obra que de início, ou seja, neste 1º volume
abordará os Magistrados Cearenses no Império e na República, nos
subseqüentes tratará da Magistratura Cearense atual, bem como dos Magistrados
de outros Estados que serviram à Justiça do Estado do Ceará, da Colônia aos
dias atuais.
O
livro como visto, não se refere tão-só, como os anteriores, em sua quase
plenitude, aos Magistrados que serviram no Tribunal de Justiça do Ceará ou em
outros Tribunais do País, mas também à Magistratura do 1º grau, donde a acertada inovação, discorrendo
ainda sobre os Juízes mais recentes, naturalmente daqueles que já não mais se
encontram em atividade, porquanto os atuais farão parte dos volumes a serem
publicados.
É
com prazer, pois que apresento este livro, na certeza de que encontrará por
parte da Comunidade Forense e de seus familiares, a aceitação de que se faz
merecedor.
Fortaleza,
janeiro de 1999.
Desembargador
José Maria de Melo - Presidente.
À FEIÇÃO DE PREFÁCIO
O Ceará tem dado lições ao País.
Foi republicano ainda no Primeiro Império (movimento político de 1824).
Antecipou a libertação dos escravos. Seus filhos sempre deram, em todos os
campos em que o homem atua, na Paz e na Guerra, no Passado e no Presente,
exemplos de grandeza, patriotismo e sabedoria.
A ciência do Direito tem
recebido, noutros tempos e agora, importante contribuição da gente cearense.
Nessa área, Clóvis Beviláqua é figura pinacular. José Liberato Barroso, nascido
no Aracati, autor de “Letra de Câmbio”, de 1868, professor da Faculdade de
Direito do Recife, também é emblemático. Outros igualmente marcaram o tempo que
passou. Outros mais há, nos dias que correm, a opulentar a Magistratura
brasileira, no próprio rincão e alhures.
O Juiz de Direito Ademar Mendes
Bezerra oferece a lume o livro que intitula de “Magistrados Cearenses no
Império e na República”. Trata-se, em verdade, de um dicionário
biográfico, trabalho executado com esmero, merecedor de gabos. Sendo
específico, e o é, tenho-o como o primeiro relativo a magistrados. É certo que,
décadas passadas, foram estampados calepinos bibliográficos, como o Cearense
(1910-1915), do operoso Barão de Studart, e o Sergipano (1925), de
Armindo Guaraná, único colaborador do Dicionário de Sacramento Blake.
Obras, ambas de valia inesmável. Todavia, “Magistrados Cearenses no Império
e na República” traz aquela especificidade referida, a distingüi-lo de
congêneres.
Devo acrescentar que reside em
mim a convicção de que doravante estudiosos dos fastos da terra de Iracema
buscarão o ademar, como os mariscadores de palavras socorrem-se do aurélio.
E porque afirmei ser o livro do
Dr. Ademar Mendes Bezerra dicionário biográfico, creio válida a
relembrança de versos de Pablo Neruda, de Oda ao Diccionario:
“Diccionario,
no eres tumba, sepulcro, féretro
túmulo,
mausoleo
sino
preservación,
plantación
de rubíes,
perpetuidad
vivente de la esencia,
...........................................................”
De minha parte, proclamo o quanto me afagou a alma o convite
para escrever estas palavras à feição de prefácio.
Fontes de Alencar
À
GUISA DE INTRODUÇÃO
Ao idealizar este livro, sob a denominação de “Magistrados
Cearenses no Império e na República”, não teve o autor a intenção de
relatar a História do Tribunal de Justiça do Ceará, porquanto essa tarefa já
foi muito bem realizada por Abner Carneiro Leão de Vasconcelos, Eusébio de
Sousa e Geraldo Nobre, os dois primeiros, Magistrados, que ornamentaram o
Judiciário Cearense, tendo o primeiro alcançado não apenas a Desembargatória no
nosso mais que centenário Tribunal, mas a Justiça Superior da República, já que
foi Ministro e Presidente do Tribunal Federal de Recursos, tendo sido nessa
qualidade convocado para servir, em caráter eventual, junto à Suprema Corte do
País e o último, renomado historiador, tendo sido escolhido pelo saudoso
Desembargador Abelmar Ribeiro da Cunha, para escrever a História do Tribunal de
Justiça, desde a sua criação até à data do centenário, verificada a 3 de
fevereiro de 1974, sob a presidência do nominado Desembargador, de cuja missão
se houve com muito acerto, haja vista que foi o historiador igualmente
escolhido para a revisão e reedição da “HISTÓRIA JUDICIÁRIA DO CEARÁ”,
de autoria do Ministro Abner de Vasconcelos.
A obra em alusão traz além de suas judiciosas notas, capítulos
inteiros de sua lavra, destacando-se aqueles atinentes aos novos
Desembargadores (estes a partir de 1945, iniciando-se pelo Dr. João Damasceno
Fontenele, 72º Desembargador do TJCE e concluindo com o Dr.
Edgar Carlos de Amorim, 126º Desembargador do Tribunal de Justiça do Ceará)
e aos Juízes de Direito, de 1940 até 1979. Na obra em referência, Geraldo
Nobre, nos aludidos capítulos de sua autoria, menciona pela vez primeira, os
nomes dos Juízes Municipais, Substitutos e de Direito, bem como suas
respectivas Comarcas ou Termos Judiciais.
A “História Judiciária do Ceará” foi reeditada
em comemoração ao centenário do Instituto do Ceará, ocorrido em 1987, sob o
patrocínio da referida instituição e do egrégio Tribunal de Justiça do Ceará.
Relativamente ao livro de autoria do Dr. Eusébio de Sousa,
editado em 1945, que a essa época já não
era mais Juiz e sim Diretor do Arquivo Público e do Museu Histórico do Estado
do Ceará, trata-se de uma obra de significativa importância, máxime para o
Tribunal, uma vez que o autor nada diz com atinência à Justiça de 1ª Instância. Revela o Magistrado Historiador, no
início de sua referida obra, intitulada “TRIBUNAL DE APELAÇÃO DO CEARÁ –
SÍNTESE HISTÓRICA – DADOS BIBLIOGRÁFICOS – 1874 – 1945”, haver recebido tão
digna incumbência, qual seja a de escrever a História do Tribunal de Apelação
do Ceará, hoje Tribunal de Justiça, do Desembargador Olívio Dorneles Câmara1 ,
em 1937, quando o eminente Magistrado dirigia a nossa mais elevada Corte de
Justiça, vindo o livro à tona como dito acima, em 1945.
O livro acha-se dividido em duas partes: a primeira,
denominada de Síntese Histórica, na qual o autor apresenta o Ceará desde
os seus primórdios, sob o ponto de vista jurisdicional, até à criação de nosso
Tribunal, por força do Decreto Legislativo nº 2.342 de 6 de agosto de 1873 e
solenemente instalado na manhã de 3 de fevereiro de 1874, no Palácio Senador
Alencar, na rua São Paulo, onde funcionava a Assembléia Provincial do Ceará,
seguida dos dados bibliográficos dos
Desembargadores, partindo do Conselheiro
Bernardo Machado da Costa Dória, natural de Sergipe, Desembargador nº 1, e 1º Presidente do Tribunal da Relação do Ceará e
do Rio Grande do Norte, até o 71º, Desembargador José Pires de
Carvalho, piauiense, empossado a 25 de agosto de 1944.
Ao longo de quase quatro séculos, o Ceará, no que pertine ao
aspecto judiciário, esteve vinculado aos
seguintes Tribunais, da Colônia, aos dias atuais:
De 1602 a 1811, ao Tribunal da Relação da Bahia, Primaz do
Brasil; de 1812 a 1822, à Relação do Maranhão; de 1822 a 1874, ao Tribunal da
Relação de Pernambuco e de 1874 até aos nossos dias, à Relação do Ceará, hoje
sob a denominação de Tribunal de Justiça. A nossa mais alta Corte de Justiça,
durante esses 125 anos de existência, teve as seguintes denominações: Tribunal
da Relação (1874 a 1889); com a Proclamação da República, Tribunal de Apelação,
voltando ao nome original, com o advento da Constituição Estadual de 1892;
promulgada a Constituição do Estado, em 1921, Superior Tribunal de Justiça;
Corte de Apelação, a partir da promulgação da Constituição Federal de 1934;
novamente Tribunal de Apelação (CF de 1937) e de 1947 até hoje, Tribunal de
Justiça.
O Tribunal no decorrer de sua existência, funcionou,
inicialmente, no sobrado do Tenente Coronel Antônio Pereira de Brito e Paiva,
na Rua dita da Amélia, nº. 38, atual
Senador Pompeu, por feliz coincidência, o representante do Parlamento Nacional,
ao ensejo da sessão solene de instalação do Tribunal, a 3 de fevereiro de 1874,
presidida pelo Dr. Francisco Teixeira de Sá, então Presidente da Província do
Ceará. Mais tarde em um sobrado de
propriedade da família do falecido Dr. José Lourenço de Castro e Silva, na Rua
do Major Facundo, nº 28 e depois no edifício situado na Rua Barão do Rio
Branco, nº 1200, a bem da verdade reformado para pior, no Governo do Presidente
Idelfonso Albano (1923 a 1924), quando menos, sob o prisma de sua dignidade
arquitetônica, já que não preservou as linhas
originais e, a partir de 1986, no belo edifício destinado à Secretaria
da Fazenda, situado no Centro Administrativo Governador Virgílio Távora, no
lugar Cambeba, do Distrito de Messejana, graças à largueza da visão do Desembargador
Júlio Carlos de Miranda Bezerra, à época Presidente, que o conseguiu com o seu
primo, Governador Gonzaga Mota, não obstante ferrenha e retrógrada oposição, a
custo, mas finalmente vencida.
A “História do Tribunal de Justiça do Ceará”,
escrita pelo historiador Geraldo da Silva Nobre, do Instituto do Ceará, editada
ao ensejo do centenário do nosso egrégio Tribunal, verificado a 3 de fevereiro
de 1974, compõe-se de três partes. A primeira, dividida em três capítulos,
trata, respectivamente, dos seguintes temas: I - O Direito Português; II –
Tribunais do Brasil Colonial e III – A Justiça no Império do Brasil. A 2ª,
com quatro capítulos, versando sobre os seguintes assuntos: I – Projetos sobre
Novas Relações; II – Uma Relação para o Ceará; III – Da Criação à Instalação e
IV – O Tribunal em Funcionamento. A 3ª
e última parte, intitulada Os Desembargadores e dividida
igualmente em quatro capítulos, refere-se no I, aos Fundadores: Bernardo
Machado da Costa Dória (p. 195); José Nicolau Rigueira Costa (p. 196);
Leovigildo de Amorim Filgueiras (p. 197); Silvério Fernandes de Araújo Jorge
(p. 197); Mateus Casado de Araújo Lima Arnaud (p. 199); Manuel José da Silva
Neiva; (p. 200) e João de Carvalho Fernandes Vieira (p. 200); nos II, III e IV,
apresenta os Desembargadores do Tempo do Império (Período das remoções);
Desembargadores do Período de 1891 a 1945 (da 1ª República ao Estado Novo) e Desembargadores do
Período de 1946 a 1973 (Fase da redemocratização do Brasil).
Vê-se, assim, que o livro de Geraldo Nobre, não obstante
mais abrangente do que aquele de autoria de Eusébio de Sousa, da mesma forma,
nada fala a respeito dos Juízes que Judicaram no Ceará, seja no Império, quer na República.
Foi justamente em razão dessa lacuna, que o autor se propôs a escrever este livro, alcançando o
primeiro volume, tão só os Magistrados Cearenses no Império e na República
(ensejando o nome da obra), salvante o registro dos Desembargadores atuais, que
se inicia com o de nº. 113 (Júlio Carlos de Miranda Bezerra) e termina com o de
nº. 144 (José Cavalcante Filho), nestes incluídos os dois que se aposentaram,
respectivamente a 4 de outubro de 1997 (Francisco de Assis Nogueira) e 25 de
novembro de 1998 (Edgar Carlos de Amorim), cujas biografias constam de um
capítulo especial, quer tenham eles nascido ou não no Ceará.
Com a finalidade de tornar mais clara a composição do
Tribunal de Justiça, desde a sua criação até janeiro de 1999, mês em que se
dará a edição deste livro, seguem inclusas a esta introdução, as relações por
ordem de antigüidade, dos Desembargadores de outras Províncias ou de outros
Estados que judicaram no Ceará, bem como daqueles aqui nascidos e que
ascenderam à nossa mais alta Corte de Justiça; cumprindo lembrar que entre os
fundadores, só havia um cearense, tratando-se do Desembargador João de Carvalho
Fernandes Vieira, o mais recente dos sete fundadores e nascido no Município de
Maranguape.
É oportuno salientar que por ocasião da instalação do
Tribunal da Relação do Ceará e do Rio Grande do Norte, composto de sete membros,
a 3 de fevereiro de 1874, instalava-se também na mesma data, a Relação de São
Paulo e do Paraná, igualmente com sete membros, tendo como 1º Presidente, o Desembargador Tristão de Alencar
Araripe. Nascido no Icó a 7 de outubro de 1821, justamente na cidade
onde seu pai, Tristão Gonçalves de Alencar Araripe, filho de Bárbara de
Alencar, a heroína, cujo nome está intrinsecamente ligado às lutas em prol da
liberdade no País, proclamaria a quimérica República do Equador em 1824,
ensejando no ano seguinte a condenação à morte dos demais envolvidos: Pe. Mororó,
Pereira Ibiapina, Pessoa Anta, Carapinima e Bolão, no lugar denominado
de Praça dos Mártires de nossa Capital, no hoje Passeio Público, nas imediações
do Quartel General da 10ª Região Militar.
Feita essa digressão de natureza histórica, em homenagem a
esses heróis, hoje praticamente
esquecidos, haja vista a ausência de qualquer comemoração oficial destinada a
manter viva a memória desses verdadeiros Mártires da República, creio ser
oportuno dizer que o número atual dos Desembargadores do Estado de São Paulo, é
maior do que o de todos os Desembargadores que já judicaram no Ceará, de 1874 a
1999, da ordem de 144 (cento e quarenta e quatro) Desembargadores.
Eis as relações:
RELAÇÃO DOS DESEMBARGADORES DO TRIBUNAL DE
JUSTIÇA DO CEARÁ, NASCIDOS EM OUTROS
ESTADOS, DESDE A SUA INSTALAÇÃO, ATÉ OS DIAS ATUAIS, POR ORDEM DE ANTIGÜIDADE.
01. BERNARDO
MACHADO DA COSTA DÓRIA – SE.
02. JOSÉ
NICOLAU REGUEIRA COSTA – PE.
03. LEOVIGILDO
DE AMORIM FILGUEIRAS – BA.
04. SILVÉRIO
FERNANDES DE ARAÚJO JORGE – AL.
05. MATEUS
CASADO DE A LIMA ARNAUD – AL.
06. MANUEL
JOSÉ DA SILVA NEIVA – PE.
09.
ANTÔNIO DE SOUSA MENDES JÚNIOR – PI.
10.
CAETANO ESTELITA CAVALCANTI PESSOA – PE.
11.
ANTÔNIO JOSÉ AFONSO GUIMARÃES – RS.
12.
ADRIANO JOSÉ LEAL – BA.
13.
JOAQUIM TIBÚRCIO FERREIRA GOMES – BA.
14.
MARCO ANTÔNIO RODRIGUES DE SOUSA – PA.
15.
EDUARDO PINDAÍBA DE MATOS – MA.*
16.
FRANCISCO DE FARIAS LEMOS – PE.
17.
JOSÉ PEREIRA DA SILVA MORAIS – BA.
18.
DANIEL LUÍS ROSA – BA.
19.
CAETANO JOSÉ DE ANDRADE PINTO – RJ.
21.
CARLOS CERQUEIRA PINTO – BA.
22.
UMBELINO MOREIRA DE OLIVEIRA LIMA – PI. *
24.
LUÍS GONZAGA DE BRITO GUERRA – RN.
25.
ADELINO ANTÔNIO DE LIMA FREIRE – PE.
26.
JOAQUIM JOSÉ DE OLIVEIRA ANDRADE – PE.
27.
EPAMINONDAS DE SOUSA GOUVEIA – PB.
28.
MANUEL ALVES DE LIMA GORDILHO – BA.
31.
VIRGÍLIO ALVES DE LIMA GORDILHO – BA.
32.
LUÍS INÁCIO DE MELO BARRETO – PE.
33.
MANUEL COELHO CINTRA JÚNIOR – RJ.
34.
FRANCISCO RODRIGUES PESSOA DE MELO – PE.
35.
ENÉAS DE ARAÚJO TORREÃO – RN.
37.
PEDRO C. DE ALBUQUERQUE MARANHÃO – PB.
38.
ANTÔNIO DE O. CARDOSO GUIMARÃES – BA.
39.
MANUEL EMETÉRIO RAPOSO DE MELO – PE.
44.
EMILIANO JOSÉ RODRIGUES – MA.
46.
MANUEL DE SOUSA GARCIA – PE.
47.
CARLOS FRANCISCO SOARES DE BRITO – PE.
50.
ANTÔNIO GOMES TAVARES – PE.
56.
CLÁUDIO IDEBURQUE C. LEAL FILHO - PE.
58.
LUÍS GONZAGA GOMES DA SILVA – MA.
59.
LUÍS PAULINO DE FIGUEIREDO E SÁ – PB.
60.
PEDRO PAULO DA SILVA MOURA – PI.
62.
OLÍVIO DORNELES CÂMARA – PE.
63.
FELISMINO NORBERTO DA COSTA – PE.
67.
CARLOS LIVINO DE CARVALHO – PE.
69.
JOSÉ FELICIANO DE ATAÍDE – PE.
71.
JOSÉ PIRES DE CARVALHO – PI.
73.
EUGÊNIO DE AVELAR CAVALCANTI ROCHA – PE.
76.
ARNAUD FERREIRA BALTAR – PB.
82.
HERMES PARAÍBA – RS.
83.
JOSÉ GEMINIANO JUREMA – PB.
112.RAIMUNDO
LUSTOSA CABRAL – PB.
121.FRANCISCO
CLÁUDIO DE A. SANTOS – PI.
126
EDGAR CARLOS DE AMORIM – RN.
130
FRANCISCO DE ASSIS NOGUEIRA – PI.
138
JOÃO DE DEUS BARROS BRINGEL – MA.
142
JOSÉ EDUARDO MACHADO DE ALMEIDA – PB.
OBSERVAÇÔES:
01. Dos
144 Desembargadores que passaram pelo Tribunal de Justiça do Estado do Ceará,
da sua instalação (03.02.1874), até esta data (22.01.1999), 01 é natural de
Sergipe, 18 de Pernambuco, 02 de Alagoas, 09 da Bahia, 06 do Piauí, 04 do
Maranhão, 03 do Rio Grande do Norte, 01 do Pará, 02 do Rio de Janeiro, 07 da
Paraíba e 02 do Rio Grande do Sul.
02. O
Desembargador Eduardo Pindaíba de Matos, natural do Maranhão, sem embargo de
ter sido nomeado Desembargador do então Tribunal da Relação do Ceará e do Rio
Grande do Norte, entrou de Licença em seguida, razão por que não prestou
serviços em nossa terra. Encerrou a sua brilhante carreira, como Ministro do
Excelso Supremo Tribunal Federal, para o qual foi nomeado a 19 de Novembro de
1894.
03. O
Desembargador Umbelino Moreira de Oliveira Lima nasceu piauiense, embora o
lugar de seu nascimento, onde hoje se situa a cidade de Independência, tenha
passado a pertencer ao Estado do Ceará.
04. Dos
144 Desembargadores, 89 nasceram no Ceará e 55 em outros Estados dDo Brasil.
05. Legenda: FI = Fundador Império –IR = Império
e República – R = República.
RELAÇÃO DOS DESEMBARGADORES
CEARENSES DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO CEARÁ, DA SUA INSTALAÇÃO, AOS
DIAS ATUAIS, POR ORDEM DE ANTIGÜIDADE.
07. JOÃO C. FERNANDES VIEIRA (FI-MARANGUAPE)
08. FCO. DE ASSIS BEZERRA DE MENEZES (I – ICÓ)
20. AMÉRICO
MILITÃO DE FREITAS GUIMARÃES (IR - QUIXERAMOBIM.)
23 HIPÓLITO C. PAMPLONA (IR – ARACATI)*
29. ANTÔNIO
FIRMO F. DE SABÓIA (R – SOBRAL)
30. ESMERINO
GOMES PARENTE (IR – SOBRAL)
36. JOSÉ
JOAQUIM DOMINGUES CARNEIRO (JUCÁS)
40. JOAQUIM
PAULETA DE O. BASTOS (SABOEIRO)
41. HENRIQUE
DOMINGUES DA SILVA (SOBRAL)
42. PEDRO
TOMÁS DE Q. FERREIRA (CASCAVEL)
43. ANTÔNIO
SABINO DO MONTE (SOBRAL)
44. PAULINO
NOGUEIRA B. FONSECA (FORTALEZA)
48. JOSÉ
GOMES DA FROTA (SOBRAL)
49. JOAQUIM
OLÍMPIO DE PAIVA (FORTALEZA)
51. JOÃO FIRMINO DE H. CAVALCANTI (SOBRAL)
52. FCO.
ANTÔNIO DE O. PRAXEDES (MARANGUAPE)
53. JOÃO
FIRMINO DANTAS RIBEIRO (BATURITÉ)
54. JOSÉ
MOREIRA DA ROCHA (SOBRAL)
55. FÉLIX
CÂNDIDO DE SOUSA CARVALHO (IPU)
57. ÁLVARO GURGEL DE ALENCAR (ICÓ)
61. ABNER
C. LEÃO DE VASCONCELOS (GRANJA)
64. FAUSTINO
ALBUQUERQUE SOUSA (PACATUBA)
65. GABRIEL
JOSÉ CAVALCANTE (FORTALEZA)
66. DANIEL
AUGUSTO LOPES (FORTALEZA)
68. FCO. LEITE DE ALBUQUERQUE (FORTALEZA)
70. JOÃO
JORGE DE PONTES VIEIRA (FORTALEZA)
72. JOÃO DAMASCENO FONTENELE (VIÇOSA)
74. CURSINO
BELÉM DE FIGUEIREDO (CRATO)
75. VIRGÍLIO
DE BRITO FIRMEZA (FORTALEZA)
77. PÉRICLES RIBEIRO (FORTALEZA)
78. BOANERGES
VIANA DO AMARAL (FORTALEZA)
79. RAIMUNDO
GOMES GUIMARÃES (FORTALEZA)
80. JOSÉ
JAIME DE O PRAXEDES (CAMOCIM)
81. MANUEL
JOAQUIM DE SANTANA (M. VELHA)
84. LUÍS
GONZAGA A BEZERRA (L. MANGABEIRA)
85. UBIRAJARA
CARNEIRO (FORTALEZA)
86. JOSÉ
MARIA DE QUEIRÓS (BEBERIBE)
87. JUVÊNCIO
JOAQUIM DE SANTANA (M. VELHA)
88. VICENTE
BESSA (BEBERIBE)
89. OSVALDO
HORTÊNCIO DE AGUIAR (BATURITÉ)
90. JOSÉ
JUCÁ FILHO (QUIXADÁ)
91. MÁRIO
PEIXOTO DE ALENCAR (CANINDÉ)
92. MANUEL
DE S. ANDRADE (QUIXERAMOBIM)
93. OTACÍLIO
PEIXOTO DE ALENCAR (CRATO)
94. FLORIANO B.
MAGALHÃES (QUIXERAMOBIM)
95. ADEMAR
DO N. F. TÁVORA (JAGUARIBE)
96. LAURO
NOGUEIRA (QUIXERAMOBIM)
97. EURICO
ALVES MONTEIRO ( ITATIRA)
98. I.
MOACIR CATUNDA MARTINS (S. QUITÉRIA)
99. AGENOR
M STUDART GURGEL (SÃO BENEDITO)
100. PEDRO PINHEIRO DE MELO (CRATO)
101. ABELMAR RIBEIRO DA CUNHA (ITAPIPOCA)
102 AURINO AUGUSTO DE ARAÚJO LIMA (MAURITI)
103 JAIME DE ALENCAR ARARIPE (AURORA)
104 JOAQUIM OLÍMPIO DA S. CARVALHO (IPU)
105 ANTÔNIO BANHOS NETO (L.DA MANGABEIRA)
106 VALDETÁRIO PINHEIRO MOTA (FORTALEZA)
107 JOAQUIM JORGE DE S. FILHO (INDEPENDÊNCIA)
108 AURI MOURA COSTA (REDENÇÃO)
109 FRANCISCO NOGUEIRA SALES (REDENÇÃO)
110 JOSÉ FERREIRA DE ASSIS (IBIAPINA)
111 JOSÉ ALMIR DE CARVALHO (FORTALEZA)
113 JÚLIO CARLOS DE M.BEZERRA (FORTALEZA)
114 RAIMUNDO CATUNDA (CRATEÚS)
115 JOSÉ BARRETO DE CARVALHO (JAGUARUANA)
116 FRANCISCO PASTEUR DOS SANTOS (UBAJARA)
117 VÁLTER NOGUEIRA E VASCONCELOS (TIANGUÁ)
118 ANTÔNIO CARLOS COSTA E SILVA (FORTALEZA)
119 CARLOS FACUNDO (CAMOCIM)
120 NESTOR SOARES COSTA (FORTALEZA)
122 FCO. ADALBERTO DE O. B. LEAL (BATURITÉ)
123 JOSÉ ARI CISNE (FORTALEZA)
124 JOSÉ MARIA DE MELO (GROAÍRAS)
125 ÁGUEDA P. RODRIGUES MARTINS (VIÇOSA)
127 ERNANI BARREIRA PORTO (FORTALEZA)
128 JOSÉ EVANDRO NOGUEIRA LIMA (FORTALEZA)
129 FCO. HAROLDO R. DE ALBUQUERQUE (SOBRAL)
131 STÊNIO LEITE LINHARES (L. DA MANGABEIRA)
132 RDO. HÉLIO DE PAIVA CASTRO (ARACOIABA)
133 JOSÉ MAURI MOURA ROCHA (CAUCAIA)
134 RDO.
BASTOS DE OLIVEIRA (FORTALEZA)
135 FCO. GILSON VIANA MARTINS (BATURITÉ)
136 FCO. HUGO ALENCAR FURTADO (ARARIPE)
137 EDMILSON DA CRUZ NEVES (JARDIM)
139 FRANCISCO DA ROCHA VICTOR (BATURITÉ)
140 FERNANDO L. XIMENES ROCHA (FORTALEZA)
141 HUGO PEREIRA (JUAZEIRO)
143 CARLOS DEMÓSTENES FERNANDES (IPU)
144 JOSÉ CAVALCANTE FILHO (UBAJARA)
OBSERVAÇÕES:
01.
Dos 89 Desembargadores Cearenses, 02 nasceram em Maranguape; 02 no Icó; 05 em
Quixeramobim; 01 em Aracati; 08 em Sobral; 01 em Jucás; 01 em Saboeiro; 01 em
Cascavel; 21 em Fortaleza; 05 em
Baturité; 03 no Ipu; 01 em Granja; 01 em Pacatuba; 01 em Quixadá; 01 em
Jaguaribe; 01 em Mauriti; 02 em Viçosa; 01 em Canindé; 03 no Crato; 02 em
Missão Velha; 03 em Lavras da Mangabeira; 02 em Beberibe; 02 em Redenção; 01 em
Santa Quitéria; 01 em São Benedito; 01 em Independência; 01 em Crateús; 01 em
Caucaia; 02 em Ubajara; 01 em Tianguá; 02 em Camocim; 01 em Aurora; 01 em
Itapipoca; 01 em Jaguaruana; 01 em Ibiapina; 01 em Groaíras; 01 em Araripe; 01
em Jardim, 01 em Juazeiro do Norte e 01 em Aracoiaba.
*
O Desembargador Hipólito Cassiano Pamplona, não obstante nomeado Ministro do
Supremo Tribunal de Justiça, hoje, Supremo Tribunal Federal, recusou a
nomeação, gesto que mais tarde seria repetido por um outro cearense, o notável
jurisconsulto brasileiro, Clóvis Beviláqua.
Cumpre
observar, ainda, que o livro contém ao todo,
405 (quatrocentas e cinco) biografias, 24 (vinte e quatro) delas
pertencentes aos Desembargadores que judicaram no Tribunal de Justiça, na
última década, muitos dos quais não figuraram em nenhuma das obras referidas
nesta introdução.
Deve
ser salientado, também, que os Juízes de Direito em exercício no interior e na
Capital, não figuram no livro, porque infelizmente não atenderam ao chamamento oficial, tendo deixado de
enviar as suas respectivas biografias, salvante as honrosas exceções que, por serem
tão reduzidas, não foi possível incluí-las agora, ficando para o próximo
volume. É necessário igualmente que se diga, que a ausência de um livro de
matrículas dos Magistrados, como os existentes nos Tribunais do Amazonas e do
Pará, não permitiu maiores dados a respeito dos Magistrados biografados, que
com o fulgor de seus respectivos trabalhos e o brilho de suas inteligências,
contribuíram decisivamente para o engrandecimento da Magistratura Cearense,
hoje mais do que nunca, incluída entre as melhores do País, graças sobretudo ao
desempenho de nossos administradores, particularmente, dos Desembargadores
Carlos Facundo, Adalberto Barros Leal, José Ari Cisne e José Maria de Melo,
este último considerado o maior administrador da Justiça Comum do Brasil, nas
palavras do eminente Ministro Antônio de Pádua Ribeiro, Presidente do Colendo
Superior Tribunal de Justiça, na oportunidade da inauguração da nova sede da
Escola da Magistratura, ocorrida a 15 de janeiro de 1999.
O
autor, na esperança de ter de algum modo contribuído para a perpetuação da
memória dos Magistrados nascidos no Ceará, do Império à República, do passado
aos dias atuais, submete este trabalho à judiciosa consideração dos eventuais
leitores, principalmente à comunidade forense e aos familiares e amigos
daqueles que deram o melhor de suas vidas: mocidade, entusiasmo, coragem e
enormes sacrifícios em favor de uma justiça verdadeiramente séria, para os
quais é dedicado este livro.
Fortaleza,
janeiro de 1999.
O
autor.
Ata de Instalação da
Faculdade de Direito
FACULDADE LIVRE DE DIREITO DO CEARÁ
Aos
vinte e um dias do mês de fevereiro de 1903, reunidos em uma das salas da
Associação Commercial os Srs. Drs. Antônio Pinto Nogueira Accioly, Antônio
Sabino do Monte, Paulino Nogueira Borges da Fonseca, Joaquim Pauleta Bastos de
Oliveira, Thomaz Pompeu Pinto Accioly, Virgílio Augusto de Moraes, Joaquim
Lopes de Alcântara Bilhar, Francisco de Assis Bezerra de Menezes, Eduardo
Studart, Antônio Augusto de Vasconcellos e Thomaz Pompeu de Souza Brasil. Ahi
resolvido o projeto da criação de uma Faculdade Livre de Direito nesta capital,
e assentadas as bases de sua organisação de acordo com as disposições que
consagra o Codigo de ensino, foi deliberada a sua installação para o dia 1º de março no edifício da Assembléa Estadoal.
Nesta
ocasião o Dr’ Antonio Augusto de Vasconcellos depois de algumas considerações
sobre as vantagens incontestaveis que nos podiam advir de tão grande
adiantamento moral e social, disse que interpretando o voto unanime de seus
illustrados consocios, aclamaram director ao Exmº Sr. Dr. Antônio Pinto
Nogueira Accioly, a quem todos delegaram poderes para nomeação do corpo
docente, do pessoal administrativo bem como para promover o que fosse
necessário à installação e funccionamento da Faculdade; considerando que esse
melhoramento à sombra auspicciosa do notável cearense e auxiliado por tantos
nomes respeitáveis oferecia a maior
segurança de viabilidade.
O
Exmº. Sr. Senador Dr. Nogueira Accioly agradecendo, embora excusando-se merecer
esta distincção, prometteu empenhar todo seu esforço para que tão momentoso acontecimento que deveria desdobrar
os mais vastos horizontes ao nosso progresso se tornar uma brilhante realidade,
merecedor do concurso de todos os cearenses. E usando das attribuições
conferidas assim ficou constituído o corpo docente:
1º
Anno
- Philosophia
do Direito – Dr. Antônio Augusto de Vasconcellos
- Direito
Romano – Dez.ºr Joaquim Pauleta Bastos de Oliveira
2º Anno
- Direito
Constituccional – Dr. Francisco de Assis Bezerra de Menezes
- Direito
Internacional – Dr. Thomaz Pompeu Pinto Accioly
- Direito
Civil (1ª parte) – Dr. Joaquim Lopes de Alcântara Bilhar
3º Anno
- Direito
criminal (1ª parte) – Dez.ºr Dr. Paulino Nogueira Borges da
Fonseca
- Direito
Commercial (1ª parte) – Dr. Virgílio Augusto de Moraes
- Direito
Civil (2ª parte) – Dez.ºr Dr. Antônio Sabino do Monte
4º Anno
- Direito
Commercial (2ª parte) – Dr. Eduardo Studart, deputado Federal
eleito
5º Anno
- Direito
Administrativo – Dr. Thomaz Pompeu de Sousa Brasil
Vice-diretor – Dr. Thomaz Pompeu de Sousa Brasil
Secretário (provisoriamente) – Dr. Antônio Augusto de
Vasconcelos
Tezoureiro – Dr. Virgílio Augusto de Moraes
Depois de adoptadas diversas medidas quanto ao programa
de ensino e a taxa de inscripção, declarou o Sr. Dr. Nogueira Accioly que a
Faculdade Livre de Direito deveria funcionar no Lyceu do Ceará, por patriótico
offerecimento do honrado Presidente o Exmº Sr. Dr. Pedro Augusto Borges.
E de nada mais se tratando, foi encerrada a sessão da
qual se lavrou a presente acta, que vai assignada por todos.
(a) Antônio Pinto Nogueira Accioly
Paulino Nogueira Borges da Fonseca
Joaquim Lopes de Alcântara Bilhar
Thomaz Pompeu Pinto Accioly
Fco. de Assis Bezerra de Menezes
Antônio Sabino do Monte
Thomaz Pompeo de Souza Brasil
Virgílio Augusto de Moraes
Joaquim Pauleta Bastos de Oliveira
ACTA DA INSTALLAÇÃO DA FACULDADE LIVRE DE
DIREITO DO CEARÁ
No
dia primeiro de março de 1903, presentes no edifício da Assembléa Legislativa
do Estado, o Exmº. Revº. Sr. Dr. Joaquim José Vieira, Bispo Diocesano, Exmº.
Sr. Presidente do Estado, Dr. Pedro Augusto Borges, Senador eleito Dr. Antônio
Pinto Nogueira Accioly, Des. Antônio Sabino do Monte, Paulino Nogueira Borges
da Fonseca, Joaquim Pauleta Bastos d’Oliveira, Dr. Thomaz Pompeo Pinto Accioly,
Virgílio Augusto de Moraes, Joaquim Lopes de Alcântara Bilhar, Eduardo Studart,
Francisco de Assis Bezerra de Menezes, Antônio Augusto de Vasconcellos, Thomaz
Pompeo de Souza Brazil, o Intendente da Capital, Cel. Guilherme Cezar da Rocha,
Des. Presidente da Relação José Joaquim Domingues Carneiro, Director do Lyceu
Dr. Antônio Epaminondas da Frota, o corpo docente do Lyceu e Escola Normal,
Funcionários civis, federais e estadoaes, Exmªs. Srªs. e representantes de
todas as classes sociais, depois de lida a acta de organização da Faculdade
Livre de Direito, o Exmº. Sr. Dr. Antônio Pinto Nogueira Accioly, Director da
Faculdade, pronunciou o discurso de inauguração.
Antônio
Pinto Nogueira Accioly
*
Pedro
Augusto Borges
Antônio
Sabino do Monte
Paulino
Nogueira Borges da Fonseca
Joaquim
Lopes de Alcântara Bilhar
Francisco
de Assis Bezerra de Menezes
Virgílio
Augusto de Moraes
Thomaz
Pompeo Pinto Accioly
Eduardo
Studart
Joaquim
Pauleta Bastos D’Oliveira
Thomaz
Pompeo Souza Brasil
Guilherme
Cezar da Rocha
Thomás
Antônio de Carvalho
Joaquim
Olímpio de Paula
José
de Araújo Vieira
Obs.: O corpo docente da Faculdade de Direito é composto quase em
sua plenitude, de Magistrados, constando do livro as suas respectivas
biografias.
Conselheiro Bernardo Machado da Costa
Dados Biográficos.
O Conselheiro Bernardo Machado da Costa Dória, nasceu no
Município de Propriá, na Província de Sergipe, a onze de março de 1811 e se
bacharelou pela Academia do Norte do Império, sediada na Cidade de Olinda,
então Capital da Província de Pernambuco, em 1837, tendo sido com Tobias
Barbosa Ferreira da Silva, os primeiros Sergipanos a se graduarem em Direito
pela citada Academia.
Foi colega de turma de Augusto Teixeira de Freitas, que
viria a se tornar, um dos mais notáveis Jurisconsultos Brasileiros, autor da
Consolidação das Leis Civis e também de um anteprojeto de Código Civil, que
embora não aproveitado em seu País, o foi pela República da Argentina. Foram
igualmente seus colegas, João Maurício Vanderlei, futuro Barão de Cotegipe,
Zacarias de Goes, figuras das mais expressivas na época do Império e Antônio
Vicente do Nascimento Feitosa, Advogado, exímio Orador, Jornalista e Político militante
do Partido Liberal. Dentre os Cearenses da Turma de 1837, temos João Carlos
Ibiapina, irmão do célebre missionário Padre Doutor José Antônio Pereira
Ibiapina, cognominado o Apóstolo do Nordeste, filhos de Francisco Ibiapina,
Mártir da Confederação do Equador; Francisco de Assis Bezerra de Menezes, que
viria a integrar o Tribunal de Justiça do Ceará e Pedro Pereira da Silva
Guimarães, Escritor e Político Progressista, tanto que apresentou entre os anos
de 1850 e 1852, um projeto de lei propondo a libertação dos escravos.
Bernardo Dória ingressou na Magistratura, tendo sido
Juiz de Direito da antiga Comarca de Alagoas e das de Vila Nova e Propriá,
respectivamente, nos anos de 1839 a 1841 e 1854.
Por carta imperial de dezoito de fevereiro de 1857, foi
nomeado Presidente da Província de Rio Grande do Norte, onde granjeou
notoriedade no combate e perseguição aos criminosos. Por Decreto de 23 de
janeiro de 1863, foi nomeado para o cargo de Desembargador da Relação da Bahia,
Primaz do Brasil, de onde foi removido para a do Recife, em 1872 e desta para a
de Fortaleza para a qual foi nomeado a 07 de novembro de 1873, tornando-se o
seu primeiro Presidente, instalando-a solenemente na manhã do dia 03 de
fevereiro de 1874, onde permaneceu até 17 de abril de 1875, data em que foi
transferido para a Relação do Recife, na qual permaneceu até sua aposentadoria.
O Desembargador Bernardo Machado da Costa Dória, foi
Conselheiro do Imperador e Oficial da Ordem da Rosa, tendo ademais ocupado o
cargo de Terceiro Vice Presidente de sua província natal - Sergipe.
Deixou publicado dois trabalhos, a saber. Relatório
atinente à sua Gestão à frente da Província do Rio Grande do Norte e o Discurso Inaugural do Tribunal da Relação do
Ceará.
O Conselheiro Bernardo Machado da Costa Dória, faleceu
na cidade do Recife,a 05 de outubro de 1878, portanto aos 67 anos de idade.
Neste
espaço, intitulado de especial, quando da introdução deste trabalho, estão
relacionados os 24 Desembargadores que estiveram judicando no Tribunal de
Justiça do Estado do Ceará, na última década, com suas respectivas biografias,
começando com o de nº 113 (Júlio Carlos de Miranda Bezerra) e concluindo com o
de nº 144 (José Cavalcante Filho), incluídos, também os que se aposentaram a 4
de outubro de 1997 e 25 de novembro de 1998, ou seja, os Desembargadores
Francisco de Assis Nogueira e Edgar Carlos de Amorim, obedecida a ordem de
antigüidade.
ATUAIS
DESEMBARGADORES DO TRIBUNAL
DE
JUSTIÇA DO ESTADO DO CEARÁ,
POR
ORDEM DE ANTIGÜIDADE.
1.
Dr. JÚLIO CARLOS DE MIRANDA BEZERRA.
Nasceu na
cidade de Fortaleza a 22 de julho de 1938, sendo seus genitores, Belarmino
Bezerra Filho e D. Luíza Miranda Bezerra. Fez os cursos Ginasial e Científico, no Colégio Castelo
Branco, aqui mesmo em Fortaleza. Bacharelou-se em Ciências Jurídicas e Sociais
pela Faculdade de Direito da Universidade Federal do Ceará, na Turma de 1961,
da qual fizeram parte, dentre outros, os seguintes Magistrados: Carlos Facundo,
José Maria de Melo, Edmilson da Cruz Neves e José Helder de Mesquita, os três
primeiros, Desembargadores do Tribunal de Justiça do Ceará e o último Juiz de
Direito aposentado, ora exercendo o cargo de Corregedor da Secretaria de
Segurança Pública e da Cidadania do Estado. Em 1962, inscreveu-se na Ordem dos
Advogados do Brasil - Secção do Ceará - sob o nº 992, passando a exercer a
advocacia, em Fortaleza, com escritório na Rua Major Facundo nº 970. Concluiu
em 1963 o curso de pós-graduação da Faculdade de Direito da Universidade
Federal do Ceará, obtendo os certificados de
“Especialização” e “Aperfeiçoamento” em “Direito
Internacional Público e Sistemas Políticos Comparados”, “Ciências
Políticas” e “Instituições de Direito Administrativo e Financeiro”.
Exerceu a Chefia da Seção de Movimentação, Direitos e Deveres (SMDD) da
Divisão de Pessoal da Universidade Federal. Em 1963 é nomeado Diretor da
Divisão de Pessoal da UFC. Em seguida por força de nomeação, passa a exercer o
cargo de PROCURADOR do Instituto de Aposentadoria e Pensões dos
Marítimos (IAPM), com exercício na Delegacia Regional do Ceará. Em 1964, vem de
ser designado para exercer a função de ASSESSOR TÉCNICO do Reitor (Área
- Legislação de Pessoal). Submetido a exame de seleção no qual logrou
aprovação, é admitido na Faculdade de Direito da UFC para lecionar a cadeira de
Direito Administrativo. Em 1968 é nomeado para o cargo em comissão de PROCURADOR
REGIONAL do Instituto Nacional de Previdência Social (INPS). Em 1969 é
eleito subchefe do Departamento de Direito Público da UFC, função que exerceu
até o advento da Lei Orgânica da Magistratura Nacional. Em 1970 é eleito
Secretário da Ordem dos Advogados do Brasil - Secção do Ceará (1970 a 1971).
Nomeado por ato do Presidente da República para exercer o cargo de Juiz Efetivo
do Tribunal Regional Eleitoral do Ceará (1970). Em 1971 foi designado para
compor a banca examinadora do concurso de Juiz Substituto, na qualidade de representante da Ordem dos Advogados do
Brasil - Secção do Ceará. Eleito Representante do Departamento de Direito
Público junto ao Conselho Departamental (1971). Em 1973 é reconduzido por ato
do Presidente da República para exercer o cargo de Juiz Efetivo do Tribunal
Regional Eleitoral. Em 1974 por ato governamental é nomeado Procurador Geral do
Estado do Ceará. Lecionou as disciplinas “ORGANIZAÇÃO ADMINISTRATIVA FEDERAL” e “ADMINISTRAÇÃO DE PESSOAL”
no curso de Formação de Instrutores para o treinamento dos Servidores da UFC.
Em 1975 é eleito Presidente do Rotary Clube - Fortaleza - Oeste. Em 1977 é
Nomeado DESEMBARGADOR do Tribunal de Justiça do Ceará, na vaga
decorrente da aposentadoria do Desembargador Virgílio de Brito Firmeza. Em 1978
foi eleito Presidente da Associação Cearense de Magistrados, cargo que exerceu
até dezembro de 1984. Participou da Banca Examinadora do Concurso de Procurador
do Estado - Classe A. Coordenador do Estágio de Prática Forense e Organização
Judiciária vinculado ao Departamento de Direito Público da UFC. Participou na ESCOLA
SUPERIOR DE GUERRA do Ciclo de Extensão sobre o tema “ESTRATÉGIAS PARA O
APERFEIÇOAMENTO DO FEDERALISMO NO BRASIL”. Em 1979 foi eleito Corregedor
Geral da Justiça, cargo esse que tornaria a ocupar. Foi Vice-Presidente da
Associação dos Magistrados Brasileiros ao tempo da Presidência do Desembargador
Sydney Sanches (1981 a 1983). Com a nomeação de Sydney Sanches para o cargo de
Ministro do Supremo Tribunal Federal, ocupou interinamente a Presidência da
AMB. Em 1983 é reeleito Vice-Presidente da Associação dos Magistrados
Brasileiros. É eleito Vice-Presidente do Tribunal de Justiça do Ceará para o
biênio 1983 a 1984. Em 1985, à unanimidade de seus pares, elege-se Presidente
do Tribunal de Justiça do Ceará para o biênio 1985 a 1986. Em 1989,
Corregedor-Geral da Justiça, biênio 1989 a 1990. Diretor da Escola Superior da
Magistratura do Estado do Ceará. Coordenador da Região Nordeste II da Escola da
Magistratura Nacional da Associação dos Magistrados Brasileiros. Professor
aposentado da Universidade Federal do Ceará onde lecionava a cadeira de Direito
Constitucional. Atualmente é
Desembargador do Tribunal de Justiça do Ceará, exercendo os cargos de
Presidente da 1ª Câmara Cível e das Câmaras Cíveis Reunidas. Membro nato do
Conselho da Magistratura do Estado do Ceará. Foi Vice-Presidente e Corregedor
do Tribunal Regional Eleitoral, tendo ocupado a presidência eventualmente. PUBLICAÇÕES:
“Considerações sobre o Poder Cautelar Geral do Juiz”. In REVISTA DO CURSO DE
DIREITO DA UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLÂNDIA, vol. 14: 329-345; REVISTA
DA ASSOCIAÇÃO DOS MAGISTRADOS DO PARANÁ, vol. 35: 41-59 e REVISTA DA FACULDADE
DE DIREITO DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ, vol. 25/1: 159-174. “Breves
Considerações sobre os Fatores Limitantes da Eficiência do Poder Judiciário”.
In REVISTA DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO PARÁ, vol. 36: 21-26 e REVISTA
DA FACULDADE DE DIREITO DA UNIVERSIDADE DO CEARÁ, vol. 26/1: 179-184. “A
Indispensável Necessidade de Independência do Poder Judiciário”, in BAHIA
FORENSE, vol. 26: 31-37 e REVISTA DA FACULDADE DE DIREITO DA
UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ, vol. 27/1: 197-207. “A Autonomia do Poder Judiciário como
Exigência do Modo de Vida Democrático: in REVISTA DA FACULDADE DE DIREITO DA
UNIVERSIDADE DO CEARÁ, vol. 26/2: 179-186.
“Independência do Poder Judiciário”, in REVISTA DA FACULDADE DE
DIREITO DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ, vol. 25/2: 211-216. Medalhas e
Títulos Recebidos: Agraciado pelo Comando do III Distrito Naval com o
Diploma e Medalha “AMIGO DA MARINHA” (1971). Em 1979 foi agraciado com a
insígnia “Mérito da Magistratura” - “Serviços Distintos”, por
indicação da Diretoria da Associação dos Magistrados Brasileiros. Em 1987 foi
agraciado com a Medalha REIS LISBOA pelo egrégio Tribunal de Justiça do
Maranhão. Sócio honorário da Associação dos Magistrados Piauienses. É ainda
sócio do Instituto Brasileiro de Direito Constitucional e sócio Fundador do
Instituto dos Magistrados do Ceará, no qual ocupa a Cadeira de nº 5, da qual é
patrono o Desembargador Virgílio de Brito Firmeza. Casou-se duas vezes, a 1ª com D. Regina Alice Arruda Bezerra, com quem
teve os filhos: Carlos Otávio Arruda Bezerra, Procurador do Estado, Marcelo
Arruda Bezerra, Procurador do Município de Fortaleza, Maria Luíza Arruda
Bezerra, bela. em Direito e Tabelioa em Quixadá e Adriana Arruda Bezerra,
também graduada em Direito, exercendo o Tabelionato na Comarca de Pacajus. Do
seu casamento com a Dra. Teresa Cristina Terceiro Vieira Bezerra, médica,
nasceu Júlio Carlos de Miranda Bezerra Júnior, que se espera siga o exemplo dos
irmãos, particularmente do pai, homem de inegável cultura e pessoa de lhaneza
invulgar, donde o respeito e a admiração de que desfruta não apenas entre seus
pares, do qual é o Decano, mas de quantos acorrem ao Tribunal de Justiça.
Recebeu expressiva votação, quando o seu nome foi submetido à lista tríplice
para o cargo de Ministro do Superior Tribunal de Justiça. Quando exerceu a
Presidência do Tribunal de Justiça, com apenas 46 anos de idade, teve marcante
atuação, objetivando modernizar a Justiça Cearense, seja na edição do Código de
Organização Judiciária, Lei nº. 11.203, de 17 de julho de 1986, por ele mesmo
sancionada, quando ocupou interinamente o Governo do Estado, seja na consecução
e transferência do Tribunal da Barão do Rio Branco, 1200, para a sede atual no
Cambeba, passo inicial para a efetivação das mudanças que vêm de ser implementadas
na Justiça Cearense, hoje equiparada entre as melhores do Brasil, nada estando
a dever no que se relaciona à informatização, às Justiças dos denominados
Países do 1º Mundo. O Tribunal de Justiça em reconhecimento
aos seus relevantes serviços em favor do Poder Judiciário, prestou-lhe
significativa homenagem, dando o seu nome aos Fóruns Judiciários das Comarcas
de Boa Viagem, Mucambo, Amontada,
Tururu, bem como ao edifício sede da Escola da Magistratura, recém inaugurado,
de cujo estabelecimento foi o seu 1º Presidente. São seus irmãos, os Drs.: Cláudio Narcélio Miranda Bezerra, Titular do
Cartório da 3ª Zona do Registro de Imóveis de Fortaleza e
Francisco Otávio Miranda Bezerra, Conselheiro e Vice-Presidente da OAB-CE (1998
a 2000) e Coordenador do Curso de Direito da Universidade de Fortaleza. O
Dr. Júlio Carlos de Miranda Bezerra é o 112º Desembargador do Tribunal de Justiça do Estado
do Ceará.
Nenhum comentário:
Postar um comentário